
Perguntem aos pacientes que chegam de madrugada e são atendidos, rapidamente, às 10h00 ou às 11h00, quando o são, pois é nesta hora que chegam os médicos que, antes, passaram nas suas clínicas e fizeram visitas aos pacientes internados nos hospitais particulares!
Atualmente, os HUs funcionam tendo em vista os interesses particulares dos profissionais de saúde de nível superior (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, etc) e de nível médio, que vêm ao trabalho quando querem e trabalham da forma que querem.
Como regra, os pacientes ficam em último plano. Por exemplo, se o médico falta, os pacientes daquele dia têm sua consulta remarcada para uma longíqua data. Que culpa t em o paciente se o médico faltou?
É por isto que tanto combatem a produtividade, já que, da forma como trabalham (?), têm seu salário religiosamente pagos. Quase todos têm plano de saúde particular. Por que não buscam atendimento nos HUs?
Na prática, em tudo se exige produtividade, de forma implícita ou explicita. Os que são contra a produtividade manteriam um empregado (por exemplo, uma empregada doméstica) que não consiga executar um conjunto de atividades condizente com o salário que recebe?
Os tão propalados direitos são, na verdade, verdadeiros privilégios, como jornada de trabalho reduzida, falta ao trabalho, feriados, pontos facultativos, paralizações (sempre de dois dias:quarta-feira e quinta-feiras (por que estes dois dias?) a perder de vista.
Infelizmente, o movimento sindical enveredou por um caminho tortuoso e defende mais os interesses dos que não trabalham, dos que usam o serviço público para tirar proveito próprio.
Não sou favorável à privatização, o que não é o caso, mas também não sou favorável à utilização do público por grupos e setores organizados que vivem e, se aproveitam, dos parcos recursos que são oriundos de todos e a todos deveriam ser destinado.
Se alguém achar que não é assim, o desafio a ir comigo ao nosso HU e verificar como ele funciona. Então, entenderá porque se tem tanto medo da implantação de medidas que impliquem o rigoroso cumprimento da jornada de trabalho.
Climerio Avelino de Figueredo
Professor do Departamento de Fisiologia e Patologia/CCS.