FRANCISCO
ORNIUDO FERNANDES
O
segundo domingo do mês de maio, foi escolhido para homenagear as mães. Rendo o
meu respeito às verdadeiras heroínas.
Mães
que são esquecidas nos presídios, cumprindo penas devido a crimes cometidos; algumas,
que assassinaram os seus maridos devido a maus tratos. Outras, envolvidas no
desastroso mundo das drogas;
Mães
vítimas da violência do estupro que, mesmo com o direito estabelecido pela
constituição, não praticaram o aborto;
Mães solteiras,
que foram seduzidas pela paixão, e, posteriormente, abandonadas pelo “príncipe”
dos seus sonhos. Estas mães, que ainda sofrem com o desamparo familiar pela
incompreensão;
Mães
que vitimadas por desastres naturais, desabamentos, enchentes, tsunamis,
terremotos, ficaram responsáveis pelas tarefas do lar e da difícil educação dos
filhos;
Mães
que foram afastadas e perderam os seus cônjuges, na missão absurda e desumana de
uma guerra;
Mães
que vivem nas ruas pedindo esmolas, nos
cruzamentos de avenidas, na frente dos estabelecimentos comerciais, nas praças,
ou, dormindo nas calçadas ou viadutos;
Mães
que vivem abandonadas nos asilos, que dificilmente recebem pelo menos o
conforto de algum membro da família, ou amigas;
Mães que
foram acometidas de doenças mentais, e foram jogadas em hospitais ou clínicas
psiquiátricas;
Mães
que tiveram os seus filhos e não tiveram condições de criá-los, abandonando-os
nas calçadas, nos lixões da miséria, nos açudes;
Mães
solitárias da seca, drama que periodicamente afeta a vida dos nordestinos,
levando os pais de família abandonarem o
seu aconchego na roça, deixando a mulher e os filhos, em busca de trabalho para sobrevivência.
Mães
que renunciam o conforto da vida moderna, para dedicar-se plenamente ao seu filho
(a), que nasceu com doença congênita incapacitante;
Mães
que mesmo nas adversidades do sertão, sem amparo no setor de saúde, consegue
parir quatorze vezes, tendo como exemplo minha mãe, Ana Orcina Fernandes;
Que
todas as Mães, ricas ou pobres, brancas, loiras ou afrodescendentes, cultas ou
analfabetas, abraçadas na fé em Deus ou
incrédulas, tenham um dia de esperança de um futuro promissor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário